Diante da situação vivenciada no ambiente escolar, muitos alunos faltam excessivamente às aulas por trabalharem e ajudarem no orçamento familiar, outros chegam ao ponto de abandonar a escola.
Dessa forma, busco direcionar esta sequência didática para a reflexão sobre a infância e o trabalho infantil. Esse assunto, apesar de sua abordagem nova e emergente, não é recorrente nas aulas e os livros didáticos não costumam abordá-lo, e quando o fazem, acontece em forma de citação apenas.
Penso que essa possibilidade de escrita da história por esse viés é importante porque motiva os alunos, uma vez que possibilita aproximação com o universo deles: do que conhecem, do que lhes é próximo. Outro aspecto relevante nessa abordagem é a possibilidade de investigar como a sociedade contemporânea se construiu no tratamento dado às crianças e a construção dos adultos de amanhã.
A inserção da criança na sociedade com a industrialização, especialmente no século XIX e início do século XX, e a sua utilização nas indústrias como mão de obra barata e explorada. Qual a função da criança na sociedade?
Será possível conhecer e fazer reflexão sobre a necessidade da criação de legislações sobre o assunto, como a Constituição Brasileira de 1934 que traz o início da regulamentação trabalhista e do trabalho infantil e, ainda, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 que regulamenta especificamente o papel da criança e do adolescente na sociedade contemporânea. Com o documentário "A invenção da Infância" de Liliana Sulzbach, um curta de 26 minutos do ano 2000, pode-se traçar um paralelo do que é ser criança em diversas regiões do Brasil e fazer uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo. Será que ser criança não significa ter infância?
Outro texto para estudo é o Censo Demográfico 2000/2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 12/06, por conta do Dia Internacional de Combate e Erradicação do Trabalho Infantil. Os dados dizem que apesar de cair 13,44% na faixa etária de 10 a 17 anos, o trabalho infantil entre crianças de 10 a 13 anos aumentou no Brasil na última década.
Vemos presentes nesse curta alguns temas relevantes para serem trabalhados em sala de aula, dentre eles a questão do respeito ao idoso e da construção ou desconstrução de memórias. Pretendemos abordar esses dois temas principais, além de trabalhar com os gêneros textuais: Memórias e Cartas.
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Objetivo geral:
- Refletir sobre o que é ser criança hoje no Brasil.
Objetivos específicos:
- Conhecer em que época a criança passa a ser inserida nos contextos de socialização social e o como se deu essa socialização com a exploração de seu trabalho
- Conhecer como é a rotina de crianças em outras regiões do Brasil e comparar com a sua rotina
- Conhecer as legislações criadas para proteger a criança e resguardar a infância
- Avaliar o que mudou no trabalho infantil de 2000 para 2010 no Brasil.
1ª Etapa
- Roda de Conversa
- Descrição da rotina dos alunos
- Levantamento de quem trabalha e em quais condições
- Leitura de textos e imagens do livro didático a respeito do assunto.
2ª Etapa
- Exibição do filme: "A Invenção da Infância" e comparação com rotina dos alunos
- Produção de texto.
3ª Etapa
- Leitura dos textos da Constituição de 1934 referente as leis trabalhistas e o trabalho do menor e do E.C.A. Artigos 1º ao 7º, 15, 19, 53,54, 60 ao 69. Comparação com o filme
4ª Etapa
- Leitura do texto sobre o dados do IBGE e produzir texto sobre as mudanças e permanências ocorridas no trabalho infantil no Brasil com opinião sobre a criança e a infância. Comparação com o filme.
Avaliação
- A verificação da aprendizagem será feita através das participações nas conversas, leituras, reflexões e nas produções dos textos.
Para saber mais:
www.Planalto.gov.br/ Constituição Brasileira de 1934 - acesso em 28/08/2012
www.Planalto.gov.br/ Estatuto da Criança e do Adolescente - acesso em 28/08/2012
www.yahoo.com.br/ Agência Geral - Brasília - Censo Demográfico IBGE 2000/2010 - acesso em 28/08/2012
Palavras-chaves: Infância Constituição e Legislação Trabalho Infantil.
Plano de aula produzido por Vilma Nardes Silva Rodrigues (com adaptações de Talita Cavalcante de Morais Silva).