Como professora de História, Geografia e Relações Humanas das duas turmas de 7ºsérie, meu objetivo como filme ILHA DA FLORES foi promover, primeiro a inquietação das alunos diante da dura realidade apresentada no filme. Segundo era fazer com que eles tivessem noção de como o lixo urbano é tratado e quem vive dele. A partir dai fazer que eles, alunos, tivessem idéias simples de como poderiamos mudar uma situação tão triste vista no filme, que também faz parte da realidade da cidade onde eles moram.Além de provocar os alunos o filme também serviu para que eles fizessem uma série de questionamentos sobre como o lixo é tratado até hoje, quais as alternativas que temos e se não for feito nada o que será do planeta, do continente, do Brasil, do Rio Grande do Sul e de Roca Sales, onde eles moram.
A primeira consequencia após assistirem o filme foi um novo olhar para o lixo da escola. Formaram uma espécie de comissão entre eles para formarem a Patrulha do Lixo. Assim como rever a forma de armazenar os lixos na sala de aula e depois no pátio da escola. Fico descidido que cada sala de aula tivesse duas lixeiras, uma para o lixo sexo outra para lixo molhado. No pátio da escola foram colocados toneis plásticos emblemados: lixeira com emblema marrom, é local de lixo molhado(rejeito) e lixeira com emblema azul, é local de papel bom para reciclagem. Também foram confeccionados cartazes para cada sala de aula, explicando sobre o significado das cores dos toneis e que lixo deveria ir em cada um. A Patrulha do Lixo, formada por uma equipe de alunos também se revesou passando em todas as salas de aula da escola. Cada semana era uma equipe diferente. Como os alunos pequenos da tarde(educação infantil e séries iniciais) eram feitos jogos e brincadeiras com os alunos. Também cada turminha tinha que saber responder uma pergunta, em caso de acerto a turma toda ganhava bala ou pirulito. Também a turma que menos lixo tivesse produzido, quando da chegada da Patrulha do Lixo, somava pontos no caderno de pontos positivos da turma. No final do ano foram sorteadas duas caixas de pirulitos para a turma com menos pontos acumulados durante o trabalho da Patrulha do Lixo nas salas de aula. Cabia também ao líder ou ao vice-líder da turma, o trabalho de esvaziar as lixeiras da sala de aula no último período de aula. Se necessário eles também faziam a limpeza da sala para retirar o lixo do chão. O legal é que todos cuidavam para que a sala se mantivesse limpa, pois caso contrário todos deveriam fazer a limpeza da sala. Todos os professores também estavam atentos ao bom andamento do projeto.
Acredito que o principal resultado do projeto, Reciclado o lixo, Roca Sales vai ficar no capricho foi sem dúvidas a integração de todas as turmas da Escola Estadual de Educação Básica Padre Fernando de Roca Sales. O projeto nasceu para dar certo, e deu. Os alunos do Ensino Médio também participaram. As disciplinas envolvidas foram de grande vália, a de Língua Portuguesa se encarregou de fazer os cartazes para as salas de aula. As ciências estudaram as formas de contaminação do lixo, a Educação Ambiental, sobre os efeitos no lixo no Meio Ambiente, a Geografia e História estudaram a história dos lixo nos diferentes tempos históricos e a geografia localizando no mundo quais os lugares do mundo onde se produz mais lixo no mundo. Outro ponto importante do projeto, foi a realização de uma Cartilha. Essa Cartilha tinha o objetivo de levar informações para as famílias dos alunos da escola. Nela constava os dias de coleta seletiva realizada no município, a relação de lixo seco e lixo molhado. E o que era considerado lixo bom para reciclagem. Além de mencionar que o reciclador(catador) era a pessoas que deveria ser beneficiada com esse trabalho, pois era ele quem deveria encontrar os rejeitos armazenados de forma correta, o que facilitaria o seu trabalho e consequentemente seus ganhos. A Escola Padre Fernando não tinha objetivo de vender o lixo, mas fazer a promoção da inclusão social dos recicladores e com isso motivar seus alunos para terem um outro olhar sobre o lixo da escola e seu próprio lixo doméstico. A direção da escola foi a primeira a aprovar e incentivar o projeto. Ajudou a financiar a compra das lixeiras para as sala de aula, assim como nas providência dos tonéis para o pátio e emblemação. Eu, professora Clara Gelati, fiquei na coordenação dos trabalho, mas auxiliada por todas as colegas e funcionários da escola para que este projeto desse certo em 2009 e continuasse para os anos seguintes.