Plano de Aula

E O SERTÃO VIROU MAR, VIROU FAVELA...

Cidadelas | Animação | De Paulo Mussoi,Renato Fagundes | 2002 | 11 min | RJ
04/08/2010
Ensino Médio, Ensino Fundamental - Anos Finais, Ensino Técnico, Educação de Jovens e Adultos, Pós-graduação - Especialização, Formaçao ProJovem MDS
História, Sociologia
João Luíz de Almeida Machado
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O grito. A dor. O sangue a correr pelo chão. O trovador a narrar o choque. O conflito a céu aberto que opõe irmãos nascidos do mesmo solo, sob a mesma bandeira. Canudos e seu arraial, criados a partir da sanha e das crendices de Antônio, o Conselheiro, ainda no final do século XIX, simboliza os pobres, iletrados e excluídos que mais de cem anos depois trocaram de endereço e continuam a ter o mesmo destino precoce, a cova coletiva, sem identificação. Se Euclides da Cunha falou do sertanejo como um forte, o que dizer do favelado ou do sem-terra, herdeiros da desgraça social de Conselheiro em pleno século XXI?

EF69AR16 - Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética
EF07GE11 - Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
EF08GE17 - Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e zona de riscos.
EF09HI01 - Descrever e contextualizar os principais aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da emergência da República no Brasil.
EF09HI03 - Identificar os mecanismos de inserção dos negros na sociedade brasileira pós-abolição e avaliar os seus resultados.
EF09HI04 - Discutir a importância da participação da população negra na formação econômica, política e social do Brasil.
EM13CHS101 - Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
EM13CHS201 - Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
EM13CHS503 - Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.

Cidadelas - Questionário

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Apresentar e colocar em discussão a Guerra de Canudos, suas repercussões históricas, as possibilidades de paralelos com os movimentos sociais e a desigualdade na distribuição de renda e recursos que ainda existe no Brasil passado mais de um século do conflito travado no interior da Bahia e retratado com maestria na clássica obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

Cidadelas é alegórico e não direto, informativo, cronológico. Propõe leitura de toda a simbologia nele apresentada, de sua narrativa musical que resgata o repentista nordestino, passando pelos desenhos a se alternar e sobrepor como explicação de um fato histórico consumado mas ainda com muitas lições a nos dar. Nesse sentido, compete ao professor requisitar a leitura, quadro a quadro do curta e realizar comparações com trechos descritivos da guerra a partir de livros como "Os Sertões" ou paradidáticos que expliquem Canudos e Antônio Conselheiro. Outra importante ação é a criação de ponte que liga o passado e o presente, para comparações entre Canudos e as favelas ou o Movimento dos Sem-Terra.

Canudos é uma chaga não curada da história do Brasil Republicano. Constitui página não totalmente explicada ou compreendida. Traz para nós não somente a imagem da guerra, do conflito entre irmãos brasileiros, mas também, ainda mais forte, o antagonismo social, a desigualdade marcante, a fome e o analfabetismo que provocam o fanatismo e levam as pessoas a seguir novos messias... Cidadelas traz o inferno de Conselheiro novamente a baila, com os jagunços simples e humildes, magros e esperançosos enfrentando as balas do novo governo republicano... Como descendentes e herdeiros desta história, temos que melhor entendê-la para superar as mazelas que ainda perduram neste país!

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