Relato de atividade em sala de aula

ILHA SEM FLORES

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Ilha das Flores
16/10/2007
Língua Portuguesa
Ensino Fundamental - Anos Finais
27
luciana ap furlan
ANGELINA LIA ROLFSEN PROFA | SP | Araraquara | Estadual





1.Promover a reflexão sobre os seguintes temas em Língua Portuguesa: linguagem verbal e não-verbal, figura de linguagem (ironia), gêneros textuais (documentário, poesia, editorial). 2.Promover a reflexão sobre o que caracteriza uma "condição sub-humana de existência".
3.Promover a discussão sobre a responsabilidade de cada um e de todos nós pela condição de miséria extrema em que vive uma parcela da população brasileira.

1.Apresentação das definições de documentário. 2.Apresentação da ficha técnica do filme. 3.Levantamento de expectativas sobre o filme por meio de três questões: a)Você vai assistir a um documentário intitulado "Ilha das Flores". O que você espera ver? b)O que há em comum entre tomates, porcos e seres humanos? (Questão sugerida em um dos pareceres pedagógicos do Curta). c)O que você considera uma condição sub-humana de existência? Você conhece alguém que viva nessas condições? 4.Exibição do filme. 5.Discussão das expectativas iniciais. Questão: O documentário exibiu aquilo que você esperava ver? Por quê? 6.Discussão do propósito do diretor ao avisar, antes do início da história: a)Este filme não é ficção b)Esta não é a sua vida c)Deus não existe (Atividade sugerida num dos pareceres pedagógicos do Curta na Escola) 7.Definição do termo ironia. 8.Identificação das ironias utilizadas no documentário. 9.Leitura do editorial "Miséria Canibal" e do poema "O Bicho", identificando as diferentes formas composicionais, portadores e estilos. 10.Percecpção e discussão do tema que une os três gêneros.

Os alunos gostam do trabalho com filmes porque, creio eu, esse trabalho foge do esquema habitual de aula. Até então eu não havia trabalhado com o filme de curta-metragem, mas pretendo repetir a dose, pois ele possui uma grande vantagem: possibilita a discussão imediata daquilo que foi visto. Os resultados da experiência superaram as minhas expectativas por vários motivos. Em primeiro lugar porque os alunos assistiram com atenção ao documentário (e, acreditem, qualquer coisa para prender a atenção de adolescentes nesta faixa etária tem de ser muito interessante), fazendo caras de nojo e/ou indignação conforme a cena. Outro fator extremamente positivo e que contribuiu para o êxito do trabalho foi a disposição em discutir, coletivamente, aquilo que foi visto (e, no caso deste trabalho, lido). O melhor, contudo, foi a minha constatação de que os meninos não viam a miséria exposta no documentário - e nos textos - com naturalidade. Pelo contrário: ficaram indignados com as condições de vida do pessoal do "Ilha das flores" e de tantos brasileiros que vivem nas mesmas condições, mas que não foram retratados no filme. Todos estavam consciente que, por mais pobres que fossem, suas dificuldades estavam bem longe daquelas vividas pelos moradores da "ilha". Nesse sentido, entenderam muito bem as frases iniciais do diretor: "Este filme não é ficção". "Esta não é a sua vida". "Deus não existe". A esta última, foram unânimes em responder: "Se Deus existisse, não haveria miséria".